Entrada (Com Glamour)

Parecendo-se com uma Igreja em ruínas.

Saí do portal que tinha me levado até ali e fiquei parada observando o instituto; uma igreja velha aparentemente, mas que, por traz do glamour demonstrava ser um prédio lindo.

-Bom, seja o que o Anjo quiser...

*Eu gostava do meu instituto antigo, me sentia bem estando entre as pessoas de lá, eles me conheciam desde que eu nasci.
Com certeza eu ia sentir falta. Mas maior ainda que a saudade de casa era a saudade da minha mãe, eu evitava pensar na morte dela, toda vez que eu lembrava sentia que ficava quente de tanta raiva. Era difícil não sair por aí matando todos os demonios ou dolnwolders que eu visse pela frente...
Minha mãe foi morta por um lobo rebelde, se nao existissem essas criaturas ou os demonios que as contaminaram ela ainda estaria viva.
"Eu preciso me acalmar, minha mãe não ia querer isso, ela acreditava na bondade dos dolnwolders."
E de tanto acreditar acabou morta.
"Mas a vontade dela nao seria que eu saísse por aí assacinando pessoas inocentes."
Mas eles não são pessoas.
"Minha mãe achava que era, e é meu dever respeitar isso."
Sacudi a cabeça, que que eu estava fazendo parada na frente do instituto tendo os mesmos pensamentos que já tive um milhao de vezes?
Isso já estava abaixo do nível básico de ridicularidade.

Peguei minhas malas e entrei no instituto, não sabia exatamente pra onde ir, entao fiquei parada esperando alguem que pudesse me informar.*

Os movimentos fluidos e seguros da garota permitiriam que ela passasse despercebida, se quisesse. Se quisesse. A beleza aterradora, combinada aos enormes saltos, a enorme bolsa, os enormes óculos e a enorme auto-confiança, entretanto, mostravam que ela podia ser tudo, menos discreta.
Franziu o cenho com a visão do Instituto do outro lado da rua, muxoxando qualquer coisa sob a respiração. Nunca entenderia por que raios os outros tinham a estúpida mania de camuflar o lugar com uma aparência tão absolutamente sem estilo! Por que não colocá-lo como uma histórica boate abandonada? Ou uma mansão de mafiosos italianos que colocariam uma bala em quem se aproximasse? Por mais que fosse capaz de ver a real forma do prédio, a fachada de igreja em ruínas era algo totalmente diferente do que ela imaginou quando Madame Greengrass contou-lhe sobre o recanto de todos os Caçadores de Sombras de New York.
Pensar na antiga tutora fez com que os olhos da morena comichassem incomodamente. “Vamos lá, menina... Chorar não.” – repreendeu a si mesma. Ver Marie LaFleur chorando era tão raro quanto vê-la mal vestida: probabilidade de um em três trilhões. Chorava de raiva... De tanto dar gargalhadas... Chorava de saudade. Mas nunca de tristeza. Isso porque sempre pensou que o verdadeiro sofrimento é enorme demais para ser traduzido em lágrimas. E era por isso que não choraria pela morte da querida mulher que a criara desde menina. Porque a dor era enorme demais.
Marie maneou a cabeça, afastando os cabelos do rosto e os pensamentos da mente. Aproximou-se, então, do prédio e ajeitou a bolsa sobre o ombro, antes de tocar o portão frio com a mão alva marcada por linhas finas em complicados padrões. Em sua mente, pediu que o Anjo permitisse sua entrada, e em um instante ela tinha o caminho aberto a sua frente. Respirou fundo e deu o primeiro passo para dentro do Instituto. “Lar, doce Lar...” – murmurou com certa ironia e má vontade.
“Você é uma criança, não vai morar sozinha!” – dissera a mãe – “Se não quiser voltar para a França precisa ir para um Instituto.” Rememorando as palavras que a levaram até ali, Marie parou por um segundo, levantando os olhos para o alto.
_Não rola mesmo de baixar uma luz divina agora e me tirar daqui? – perguntou, franzindo o cenho – Não, né? Valeu, então.

*Vi uma garota entrando, tinha uma mala enorme em suas mãos, por isso presumi ser uma novata, como eu.
Ela estava tão presa em seus próprios pensamentos que nem reparou na minha presença, estava até murmurando sozinha. Não que eu não fisesse isso de vez em quando, era um habito meu, mas eu pelo menos nao falava sozinha perto dos outros pra ser chamada de louca.
Olhei-a de alto abaixo, avaliando-a. Não gostei nem um pouco do que vi... A maioria das meninas que se preocupavam demais com a aparencia eram pessimas caçadoras.
Espero definitivamente que essa seja uma exeção, porque lugar desse tipo é em shopping, não caçando demonios.*

*E eu to aqui, julgando a menina sem nem conhece-la, e quem sou eu pra julgar alguem? Acho que ser boazinha aqui vai ser muito mais dificil do que pensei, sem ninguem que eu conheça pra me lembrar com o olhar de manter meu temperamento controlado.
De repente eu me senti tão sozinha... Queria ainda estar com a minha mãe.
Vi que a menina tinha finalmente notado a minha presença, e a cara que eu estava definitivamente não era das melhores.
Tratei de colocar um belo sorriso no rosto.*

-Olá, você é nova aqui, certo? Eu acabei de ser tranferida do instituto de Moscou, você está vindo de onde?

Marie bufou alto, irritada mais uma vez. A morena resmungou mais uma série de injúrias e só então tirou os olhos do caminho onde andava, já que precisava se manter atenta para conciliar o salto alto e a mala enorme que carregava. Percebeu, com certo espanto, que era observada com olhar intrigado e de certo desdém, por uma menina morena muito alta. Reparando que Marie a encarava de volta, a outra apressou-se em modificar a expressão, dando-lhe um sorriso simpático que a francesa logo leu como: “você é uma patricinha e deve ser péssima caçadora, mas eu vou fingir que adorei você!” Era basicamente isso que os outros costumavam pensar dela em um primeiro encontro, mas ela nunca demorava muito a provar que as coisas definitivamente não eram assim. Sorriu, sarcástica, enquanto a outra se apresentava.

_ Olá, você é nova aqui, certo? Eu acabei de ser transferida do instituto de Moscou, você está vindo de onde?

Marie parou por um segundo. A menina falava rápido demais, e, assim como ela, também carregava um sotaque forte. As malas da garota eram bem menores que as suas, e ela parecia um tanto mais satisfeita em estar ali no Instituto. Será que esse lugar era uma espécie de resort? Todo mundo parecia gostar da idéia de ir pra lá, quando tudo o que May queria era ter sua própria casa. Percebendo que demorava a dar à russa uma resposta, apressou-se em dizer.

_Hm, oi! – ela sorriu, ainda um pouco confusa com a torrente de pensamentos – Moro em NY mesmo... – comentou, ajeitando a bolsa sobre os ombros, perguntando-se por que diabos a garota achava que ela não era dali. Não era como se fosse tão diferente das americanas. Das americanas estilosas, pelo menos – Veio pra cá há pouco tempo, garota Moscou? – perguntou, reparando que soara um pouco rude. O olhar da outra quando a tinha visto, entretanto, também não fora nada educado, então não pôde conter sua ironia.

_Hm, oi! Moro em NY mesmo...


-Desculpe, pensei que estivesse chegando agora por causa das malas.

*Eu sorri novamente. Pela cara dela parecia que ela estava gostando daqui tanto quanto eu, a diferença era que eu disfarçava bem melhor.*

-Veio pra cá há pouco tempo, garota Moscou?

*Eu respirei fundo e contei até dez. Com um esforço enorme continuei com o sorrisinho angelical no rosto, mas que agora também já continha um pouco de sarcasmo.*

-Pra sua imformação garota sou-de-New-York-mesmo-com-sotaque-estrangeiro, meu nome é Laylla, Laylla Luzkov, e como você deveria ter percebido, sim, eu acabei de chegar, até porque eu não sou do tipo que carrega um zilhao de malas pra um passeio.

*Eu fechei os olhos e lembrei da minha mãe, ela teria ficado triste por eu já estar conseguindo inimizades no meu primeiro dia aqui. Respirei fundo novamente e abri meus olhos.*

-Olha, desculpa se eu fui grossa, ta bem? É que tem uma tem uma tonelada de merdas acontecendo na minha vida ultimamente...
Eu daria minha vida pra voltar no tempo e estar em casa.
Mas mesmo assim, isso não é desculpa pra ter te tratado assim, eu realmente preciso controlar melhor o meu temperamento.
Me desculpa?

*Eu estendi minha mão pra ela, com um pequeno sorriso, ainda carregado de lembranças dolorosas.
Estava um tanto surpresa por ter falado sobre mim com uma desconhecida. Mesmo tendo sido pouquissimas palavras, não era muito meu estilo dizer aos outros o que eu sentia.*

[OFF.: "garota sou-de-New-York-mesmo-com-sotaque-estrangeiro" RI ALTO! hahahahaha E HAN, nada de falar das minhas malinhas! kkkk Turno daqui a poucoo! Bora entrar nesse lugar logo, né? x)]

off: kkkkkkk
É, vamos entrar de uma vez, eu já to aqui a anos...

[off.: vou finalizar, ok??]

A garota abriu um sorriso que Maria sabia ser exatamente igual ao que estampava o seu rosto naquele momento: sarcasmo puro, acompanhado ainda de uma sobrancelha erguida em desafio. Mas que droga também! Ela não queria ter sido grossa, mas o estopim curto às vezes falava alto demais.

_Pra sua informação garota sou-de-New-York-mesmo-com-sotaque-estrangeiro, - ela respondeu no mesmo tom, mas Marie não deixou de se sentir ofendida. Abriu a boca exageradamente, erguendo ainda mais a sobrancelha. “Menininha abusada essa russa!” – meu nome é Laylla, Laylla Luzkov, e como você deveria ter percebido, sim, eu acabei de chegar, até porque eu não sou do tipo que carrega um zilhão de malas pra um passeio.

“Ahhhhhhhhh, não! Fale do que quiser, querida, mas não das minhas Louis!”, a francesa quase verbalizou o pensamento. Como assim aquela garota chegava querendo falar das suas malas? Das suas queridas malinhas quase de estimação? Contando até trezentos e setenta e oito mentalmente para não descer do salto (e era ele o maior freio que impediu uma briga feia bem ali, na frente do Instituto, já que Marie fazia enormes malabarismos para manter-se sobre eles), a morena revirou os olhos, irritadíssima.

Talvez percebendo que fora longe demais, Laylla ficou em silêncio por algum tempo, abrandando, em seguida, a expressão. Ela buscou retratar-se, parecendo irritada consigo mesma.

_Olha, desculpa se eu fui grossa, ta bem? É que tem uma tem uma tonelada de merdas acontecendo na minha vida ultimamente... Eu daria minha vida pra voltar no tempo e estar em casa.

_Não só você, querida. – Marie disse, sem conter a acidez, mas um tanto menos nervosa. Era capaz de entender alguém que estava ali, tanto quanto ela, por livre e espontânea pressão.

_Mas mesmo assim, isso não é desculpa pra ter te tratado assim, eu realmente preciso controlar melhor o meu temperamento. Me desculpa?

Marie encarou a russa por um instante. Ela parecia mesmo insatisfeita com o que dissera. Com um meio sorriso, a francesa deu um breve aceno de cabeça.

_Não vou apertar sua mão para selar as pazes, Laylla. – ela enfatizou o nome da outra – Mas só porque não tenho mãos para isso. – completou, rindo brevemente enquanto indicava as mãos carregadas – Anda, vamos entrar que eu to doida de fome!

*Eu suspirei um pouco aliviada por isso não ter ido mais longe.*

_Não vou apertar sua mão para selar as pazes, Laylla. Mas só porque não tenho mãos para isso.

*Eu não pude deixar de rir.*

-Oh, sem problemas.

-Anda, vamos entrar que eu to doida de fome!

-Claro, vamos entrar. E, bom, eu já te disse o meu nome, qual é o seu?
E já que você é daqui, será que poderia me mostrar onde fica o meu quarto?

*Eu odiava pedir algo a qualquer pessoa, mas era melhor isso do que ficar perdida nesse lugar com um monte de malas nas mãos.
Enquanto entravamos no elevador não pude evitar a pergunta.*

-Ehhh, desculpa perguntar, eu sei que não é da minha conta, mas eu sou bem curiosa.
Se você é daqui, então porque está com essas malas, eh, tão grandes?


ENCERRADO

[off: hauahuhahuahuauh ri mto do fim! uahsuhaushaushas Nossa, nem falei meu nome, que doida! hahaha E a Marie já morava de NY, só não era do Instituto ainda! haha Mas a gente ainda tem mto tempo pra esclarecer isso! uahsuhashu )

off: rsrsrsrs²